Um bate papo atual Séc XVI
A teoria do valor Tupinambá
" Foram anos de leituras e mergulho na realidade profunda do Brasil e da América nos séculos 16 e 17. Fez parte desta realidade uma série de eventos envolvendo a visão de europeus de todas as nações e diversas vertentes cristãs no contato com os tupi-guarani que dominavam o espaço.Enquanto isso ia aprendendo aqui e ali sobre as novidades mundiais da economia de baixo carbono. Foram quinze anos de tentativas de ampliar a consciência para abarcar as novas exigências intelectuais do ambientalismo até que, em 2015, publiquei um dos produtos deste esforço, o pequeno ensaio “Teoria do valor Tupinambá” (que está no livro “Nem céu nem inferno”)."
Esse texto descreve um bate papo entre o velho chefe ancião Tupinambá e o francês Jean de Léry em 1560, enquanto descrevia a principal atividade econômica: Extração do pau- brasil.
Tupinambá: Porquê vinde vós outros Maírs e Perôs buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossas terras? E por ventura precisais de muito?
Léry: Sim, no nosso país existem negociantes e um só deles compra todo o pau- brasil.
Tupinambá: Retrucou o velho: Mas esse homem tão rico que falas não morre? E quando morrem para quem fica o que deixam?
Léry responde: Para os filhos se os tem, ou para irmãos e parentes mais próximo.
Tupinambá: O velho chama os Maírs de "loucos." "Para que juntar tanta riqueza para si e para outrem? Não será a terra que vos nutriu o suficiente para alimenta los também? "
Para o velho tupinambá o exioma máximo da economia era a preservação dos bens da Terra.
"Vou resumir
dramaticamente: o chefe considerada a natureza o paraíso e a produção econômica
como a arte de destruir ao mínimo este paraíso, preservando-o para as próximas
gerações. No ensaio comparo esta forma de conceber a economia com aquelas de
Aristóteles, Adam Smith e Marx, mostrando que ela está mais próxima dos
conceitos atuais derivados do ambientalismo que a desses economistas."
Fonte: “Gazeta do
Povo”, 23/02/2019
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